terça-feira, 31 de março de 2020

Como Fazer Manutenção Preventiva em Fachada de Edifício Residencial

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Este trabalho tem como finalidade mostrar a importância da manutenção preventiva em fachadas de edifícios residenciais, para segurança do usuário e conservação das edificações. O entendimento sobre anomalias nas edificações é indispensável, para todos os segmentos da construção civil. Os revestimentos de fachadas são de fundamental importância para agregar valor ao imóvel, isso devido ao bom aspecto estético, à proteção da edificação, melhorando a durabilidade, conferindo eficiência e valorização ao imóvel. Observa-se que, devido aos edifícios serem executados com sistemas construtivos convencionais e apresentarem pouco controle de qualidade nos serviços e materiais empregados, as manifestações patológicas encontradas nas fachadas dessas construções, independentemente de sua idade, costumam ser as mesmas. A falta de informação por parte das construtoras sobre a necessidade de manutenção preventiva dos edifícios contribui para a deterioração das fachadas em muitos edifícios. Assim sendo, busca-se demonstrar com esse trabalho que as manifestações patológicas estudadas não estão somente vinculadas à qualidade do reboco ou outro tipo de acabamento, mas, sobretudo, a falhas de projeto, planejamento e de execução, bem como à falta de manutenção nos sistemas estruturais e em elementos construtivos, tais quais, calhas, lajes de cobertura, pingadeiras e paredes externas entre outras. O trabalho apresenta os tipos de manutenção existentes, vantagens, e suas aplicacões na construção civil.


                                         
 Monografia apresentada à Faculdade Pitágoras como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil. 
Orientador: Prof. Lucílio Flávio Cyrino
Autores: Moisés Alves Pimentel, Mauro Alexandre Gomes, Felipe Pessoa Gomes e Anderson Tadeu Lopes.
Belo Horizonte - 2013









ABSTRACT


This paper aims to show the importance of preventive maintenance on the facades of residential buildings, for user safety and conservation of buildings. The understanding of anomalies in buildings is essential for all segments of the construction industry. Facade coatings are essential to add value to the property, this due to good aesthetic appearance, the protection of the building, improving the durability, efficiency and giving value to the property.It is observed that due to the buildings being performed with conventional construction systems and present little quality control services and materials used, the pathologic found on the facades of these buildings, regardless of their age, tend to be the same. The lack of information to users about the need for preventive maintenance of buildings contributes to the deterioration of the facades on many buildings.Therefore, we seek to demonstrate with this work that the pathologic study are not only linked to the quality of the plaster or other surface, but mainly to design flaws and implementation as well as the lack of maintenance in structural systems and building elements, as such, gutters, roof slabs, external walls and drip pans among others. The paper presents the types of existing maintenance and the advantages and which are applied directly in construction.

Keywords: Preventive maintenance. Planning. Pathology. Facade.


LISTA DE FIGURAS



Figura 01 - Ciclo Universal do Gerenciamento...........................................................20
Figura 02 - Exemplo de ficha de vistoria de fachadas................................................31
Figura 03 - Acabamento das juntas de movimentação e de dessolidarização..........48
Figura 04 - Pintura em fachada apresentando defeito...............................................56
Figura 05 - Manchas de oxidação em pedra de granito branco.................................57
Figura 06 - Formações e fissuras em fachadas.........................................................58
Figura 07 - Umidade ascendente...............................................................................59
Figura 08 - Corrosão da armadura.............................................................................59
Figura 09 - Destacamento de placas cerâmicas........................................................60
Figura 10 - Eflorescências em fachadas de edifícios com placas cerâmicas...........61
Figura 11 - Trincas de placas....................................................................................62

            

 













LISTA DE TABELAS



Tabela 01- Vida útil de projeto e níveis de desempenho...........................................24
Tabela 02 - Prazos de garantia..................................................................................25
Tabela 03 - Incidência de algumas falhas..................................................................27
Tabela 04 - Porcentagem de incidência de algumas falhas.......................................28
Tabela 05 - Dados de base para definir numa estratégia preventiva.........................29
Tabela 06 - Normas técnicas a revestimento cerâmico.............................................36
Tabela 07 - Manifestação patológica..........................................................................39
Tabela 08 - Agentes de degradação – causas das anomalias não humanas............40
Tabela 09 - Agentes de degradação causas de anomalias humanas...................... 41
Tabela 10 - Graus de prioridade das intervenções....................................................42
Tabela 11 - Programa de manutenção preventiva.....................................................43
Tabela 12 - Dimensões mínimas das juntas de assentamento..................................46
Tabela 13 - Vida útil de projeto...................................................................................49
Tabela 14 - Impactos de corpo mole para vedações verticais externas (fachadas)..51

 












SUMÁRIO


       REFERÊNCIAS.. 65





1         INTRODUÇÃO


O mercado da construção civil vem se desenvolvendo rapidamente nos últimos anos, com diversas mudanças no cenário internacional e nacional, de modo que vários países vêm implementando, por meio de novos materiais e técnicas construtivas diferenciadas, tipos de edificações que se adequem às diversas particularidades demandadas.

A manutenção preventiva é uma ferramenta eficaz na conservação e no bom funcionamento de qualquer natureza, pois por meio desta ação, pode-se reduzir problemas futuros, ampliar tempo de vida útil, mitigar ação do tempo e má utilização das edificações.

Oliveira (2004) afirma que o planejamento não é empregado de maneira isolada, mas faz parte de uma sistemática de técnicas, processos e atitudes, de forma a avaliar decisões futuras baseadas em implementos presentes. No mercado nacional, muitas construtoras não possuem uma estratégia adequada, mão de obra qualificada, ou algum treinamento direcionado com fins de amenizar problemas futuros, decorrentes de falta de manutenção.

Para que o gestor possa tomar decisões relacionado a manutenção, é necessário um bom planejamento, antes de distribuir funções para execução de qualquer parte da obra. Deve-se saber as responsabilidades de cada um, habilidade, experiência em determinada função, um bom conhecimento do material, ferramentas utilizadas e outros, a fim de amenizar riscos à segurança, desperdício de material e erros durante a execução do serviço.

Segundo Pinto e Xavier (2001), no cenário atual não há espaços para improvisos, ou soluções instantâneas. O empreendedor necessita de mudança de mentalidades e posturas. Os autores relatam, também, que a manutenção estratégica necessita estar pautada em resultados, de forma eficiente e eficaz.

A manutenção foi se desenvolvendo, no decorrer da história, em diversos segmentos, e faz uso de diversas ferramentas, visando a auxiliar e programar sua atuação, inclusive na construção civil.



1.1  Situação problemática


Existência de patologias em fachadas de edificações, causadas por variações constantes entre, ventos, sol, chuvas, poluição, produtos químicos, frio e calor.

1.2  Objetivos


1.2.1      Objetivo geral


Mostrar a importância da manutenção preventiva em fachada de edifício residencial, para segurança do usuário e conservação da edificação.

1.2.2      Objetivos específicos


- Identificar problemas surgidos devido a prováveis patologias em fachadas;
- Analisar planejamento executivo de manutenção e limpeza;
- Analisar a contribuição da manutenção preventiva na redução de tempo de execução de reforma.

1.3        Justificativa


A construção civil, atualmente, está utilizando novas técnicas, tecnologias, e materiais diversos, com intuito de redução de custo, tempo de execução e de desperdício.

Salgado (2009) aponta a importância de conhecer o tipo de material a ser utilizado, as condições e ambientes específicos, de acordo com suas especificidades. A utilização de materiais inadequados em fachadas promove o surgimento de diversas patologias em edificações, durante e após a sua execução, sendo necessária uma abordagem sistemática.

A fim de apresentar soluções que venham minimizar tais problemas nas fachadas de edifícios residenciais, propõe-se, nesta investigação, por meio de levantamento bibliográfico, analisar a utilização adequada de revestimento e mão de obra qualificada. Contudo, esse trabalho visa possibilitar um direcionamento da manutenção preventiva antes da patologia aparecer, buscando conforto, segurança, confiabilidade e redução de custo de uma manutenção tradicional para os moradores.

1.4         Estrutura do trabalho


O presente trabalho está estruturado em cinco capítulos. O primeiro capítulo apresenta o tema proposto, o problema de pesquisa, os objetivos do trabalho, bem como sua justificativa.

No segundo capítulo aborda o ambiente de pesquisa, mostrando o cenário do trabalho.

O terceiro capítulo relata o desenvolvimento da pesquisa, as etapas executadas, visão histórica, planejamento, levantamento de dados, discussão de vários autores, apresentando as normas de certificação bem como as questões legais inerentes ao o tema.

O quarto capítulo menciona a caracterização e estratégia de pesquisa.

No quinto capítulo apresentam os resultados e discussões sobre os dados obtidos, analisando-se a ocorrência de patologias e formas de manutenção conforme os exemplos.

O último capítulo finaliza com as considerações finais, observações acerca de toda pesquisa.



2      AMBIENTE DE PESQUISA



2.1       Cenário


Esta proposição teórica consta de uma revisão bibliográfica, e está direcionada para manutenção preventiva de fachada de edifício residencial.

2.2       Empresa


O conteúdo deste trabalho está direcionado a qualquer construtora e/ou condomínio, que visa priorizar uma manutenção eficaz nas fachadas das edificações, evitando patologias na estrutura e/ou trazer transtornos como infiltrações e quedas de partes em local de circulação de pessoas.


3       REFERENCIAL TEÓRICO



3.1       Atividades de manutenção em edifícios

3.1.1 Histórico de Manutenção

A necessidade de abrigo onde o homem pudesse estar protegido das ações climatéricas e dos ataques dos animais selvagens, levaram a que, inicialmente procurasse e posteriormente construísse refúgios, armas, e equipamentos para agricultura, cujas exigências de qualidade e segurança evoluíram ao longo dos tempos.

Leite (2009) informa que as grandes civilizações, como Egípcia, Suméria, etc. preocupavam com as infiltrações em suas edificações. O império Romano aplicava procedimentos necessários a manter e tratar os edifícios da época.

Alves (2012) relata que a grande necessidade de realizar intervenções de manutenção surge com o setor da indústria, e que a cada etapa de evolução das maquinas, técnicas e equipamentos demandariam conhecimentos e mão de obra especializada.

 Pinto e Xavier (2001) esclarecem que a manutenção pode ser dividida em três gerações. A primeira geração, antes da Segunda Guerra Mundial, devido à simplicidade de equipamentos. A segunda, desde a Segunda Guerra Mundial até a década de 60, com o aumento da mecanização e as grandes indústrias. E a terceira, a partir da década de 70, com crescimento da automação e tecnologia.

Este período de mudança orientou diversas transformações em torno do mundo, em diversos segmentos, industriais, comerciais, construtivos, e outros. Surgia um mercado mais competitivo, pesquisador, inovador, cujas máquinas não podiam parar.  

Acidentes e despesas desnecessárias poderiam ser evitados, se ocorresse uma manutenção adequada para cada realidade, com a finalidade de reduzir falhas e prejuízos do processo produtivo.  O cenário atual requer mudança de mentalidade e postura, para isso, deve-se evitar improviso. A prevenção é um assunto muito discutido nos últimos tempos, trazendo melhorias diversas a vários segmentos.

3.1.2 Manutenção e planejamento

Ferreira (2001, p. 445) define que o significado de manutenção é o ato ou efeito de manter as medidas ou os cuidados necessários para a conservação ou para o funcionamento de alguma coisa.

A manutenção é uma ferramenta essencial na conservação, segurança e no bom funcionamento de uma edificação. Realizada em momento adequado, pode evitar prejuízos futuros, acidentes e gastos desnecessários.

Alves (2012) sugere que é necessário realizar operações de manutenção e que estas operações constam de conjunto de ações que permitem efetuar a manutenção do edifício. As operações de manutenção têm como objetivo avaliar e corrigir o estado de desempenho dos elementos constituintes do edifício, de modo a garantir níveis mínimos de qualidade, retardando o processo de degradação, prolongando a vida útil do edifício. Assim, consideram-se as seguintes operações de manutenção:

· Inspeção;
· Limpeza;
· Pró-ação (Medidas Pró-ativas -Preventivas);
· Correção (Medidas Corretivas);
· Substituição (Parcial ou integral de elementos).

Torna-se importante, também neste aspecto, preconizar durante a fase de projeto acessos e dispositivos de segurança de modo a prever a realização destas operações de forma adequada e eficaz.

Oliveira (2004) relata que uma boa estratégia de planejamento servirá como uma excelente ferramenta que auxiliará o executivo a tomar decisões, cuja situação futura é diferente do passado. Sem perder o foco que tal processo é contínuo, necessita de uma boa implementação antes, durante e depois da elaboração.

A falta de planejamento das empresas no ato da execução da obra direcionada a previsibilidade de manutenções futuras de seus componentes dificulta ao morador, a troca de materiais, levando a maior gasto e demora na execução do serviço. Daí percebe-se a importância das construtoras direcionarem o seu planejamento para a realidade, visando o presente, e direcionando atitudes futuras de uma manutenção com eficiência.

Prado (2001) adverte que a manutenção é uma parte do projeto que consiste em desmontar e reconstruir um produto, em um período de curta duração, com finalidade de redução de custo. O autor expõe que gerenciar é planejar, acompanhar sua execução, comparando o seu planejamento com os desvios a corrigir quando necessário.

Embora o termo seja difundido em indústrias, pode-se perceber que, se tratando da construção civil, é algo ainda pouco explorado, pois, normalmente espera-se a patologia se instalar em estado crítico, para posteriormente recorrer a uma manutenção corretiva.

De acordo com a NBR 5674 (ABNT, 1999) o planejamento de manutenção deve seguir planos de curto, médio e longo prazo, de forma a:

a)    Coordenar os serviços de manutenção para reduzir a necessidade de sucessivas intervenções;
b)    Minimizar a interferência dos serviços de manutenção no uso da edificação e a interferência dos usuários sobre a execução dos serviços de manutenção;
c)    Aperfeiçoar o aproveitamento de recursos humanos, financeiros e equipamentos.

A realização de um planejamento adequado consta na reunião de todo documento necessário para otimização da reforma, reduzindo incertezas e despesas desnecessárias durante sua execução, como plantas, desenhos, especificações, tipo de materiais, mão de obra a ser utilizada, sinalização, segurança do usuário.

Uma gestão estratégica eficiente da manutenção não pode contar com improvisos e arranjos em sua execução. Deve haver mudança de cultura, trabalho em equipe, criatividade, flexibilidade e organização em sua realização.

Há diversas ferramentas gerenciais que facilitam e proporcionam ótimos resultados a uma organização, levando a um controle eficaz de determinado processo, equilibrando custo, tempo e serviço executado. O ciclo universal do gerenciamento (PDCA) é uma destas ferramentas de gestão, entre outras, que podem ser úteis na aplicação de um planejamento eficiente para a manutenção. Origina-se da língua inglesa que significa:

-          Planejamento (P=Plan);
-          Execução (D=Do);
-          Verificação (C=Check);
-          Correção (A=Action).

A FIG.01 apresenta etapas e direciona uma visão ampla das partes principais de um projeto, facilitando para o gestor a tomada de decisão, de acordo com o objetivo da organização.


 

                                                          Fonte: Elaborado pelos Autores

É de suma importância pensar em tais ferramentas como um auxilio na execução e controle de um processo. Não se pode pensar que somente fazendo uso delas obter-se-á ótimos resultados, mas sim adequar aos objetivos e realidade da manutenção.

Araújo (2007) acrescenta que muitos gestores não compreendem os limites organizacionais, e acabam deixando de lado características básicas do processo, tais como, entrada, transformação, saída e o feedback. O autor ainda caracteriza que o feedback é essencial para o ambiente que funciona sob uma supervisão.

Quando um processo apresenta bem as informações, com tecnologia, pessoal, trabalho, consegue-se uma boa adequação na execução do projeto, e consequentemente diminui gastos financeiros, reduz tempo, execução, prejuízo de materiais, desgaste físico.

3.1.3 Tipos de manutenção

Pinto e Xavier (2001, p.35) descrevem a existência de seis tipos de manutenção:

-          Manutenção corretiva não planejada que atua na correção de falhas aleatoriamente, problemas externos não previstos;

-          Manutenção corretiva planejada acontece por decisão gerencial ou devido a desempenho reduzido do equipamento ou falha;

-          Manutenção preventiva que visa reduzir ou evitar falha ou desempenho, acompanhada com planejamento, baseada em intervalos de tempo, cuja finalidade é antecipar o surgimento de defeitos;

-          Manutenção preditiva que obedece a um sistema de acompanhamento devido à modificação de parâmetro de condição ou desempenho;

-          Manutenção detectiva que busca identificar falhas ocultas ou não perceptíveis ao operador ou técnico;

-          Engenharia de manutenção que aplica técnicas modernas, modificando situações crônicas, desempenho baixo, melhorando padrões e sistemáticas.

O tipo correto de atuação de uma manutenção se caracteriza de acordo com sua necessidade ou atuação, portanto, não é aconselhável adotar um tipo padrão de manutenção e excluir os outros. 

As atividades da manutenção existem para manter os equipamentos e as instalações funcionando de acordo com sua funcionalidade, evitando degradação ou perda de funcionalidade da estrutura.

3.1.4 Importância da Manutenção Preventiva.

3.1.4.1 Questão de custo

Existe aspecto financeiro a ser considerado, além dos aspectos de qualidade e uso do condomínio.  A manutenção preventiva diminui consideravelmente a possibilidade de danos futuros à instalação, reduzindo com isso gastos não previstos em orçamentos.

Pinto e Xavier (2001) salientam que a escolha do tipo adequado da manutenção pode reduzir a incidência de trabalhos de caráter emergencial.

A manutenção preventiva consiste em inpeções, verificações que evitam altos custos de reforma, pois antes do problema se agravar, ele já é detectado e solucionado.

Cavalcante e Almeida (2005) discorrem a respeito dos modelos de substituição de materiais como sendo um conjunto de técnicas importantes que garantem diminuição dos custos referentes às mesmas.

É preciso conhecer o material defeituoso, localização e o tipo de mão de obra a ser empregado para realizar a manutenção, com isso, facilitará para o responsável um planejamento eficiente, observando o material de troca, preço, qualidade e prazo mínimo para garantia do serviço prestado.

Flores e Brito (2002) reforçam que ao planejar as operações de manutenção e custos, reduz o incômodo da execução dos trabalhos não previstos no orçamento.

Para que ocorra uma manutenção eficiente comprometida com o orçamento e qualidade do serviço, o condomínio poderá colocar em pauta de suas reuniões a necessidade de recursos para sua realização, sem comprometer a qualidade de vida dos moradores.

3.1.4.2 Questão de tempo

Alves (2012) evidencia a importância da realização da manutenção, em intervalos de tempo definido, de forma a prevenir e restabelecer padrões iniciais de qualidade perdido durante o tempo.

O tempo de execução da reforma ou vida útil dos materiais utilizados na fachada é um parâmetro primordial em qualquer tipo de manutenção.

A necessidade de observar a substituição do material danificado vem acompanhada de um planejamento detalhado dos componentes e o estado de conservação da fachada. O que definirá o tempo de vida útil será o tipo de material utilizado, qualidade, clima, nível de poluição e outros.

A TAB. 01 mostra a vida útil de projeto e seus níveis de desempenho, prazos de garantia para níveis mínimo (M), intermediário (I) e superior (S).
  

Vida útil de projeto e níveis de desempenho

Sistemas, elementos ou componentes

ANOS
M
I
S
Estrutura
25
35
50
Paredes de vedação
15
20
30
Sistemas de impermeabilização
5
8
10
Revestimentos de paredes externas
10
15
20
Pintura externa, selante, componentes de juntas e rejuntamentos
3
4
5
Fonte: LOURENÇO FILHO, 2009, p.33

O mercado já vem trabalhando com mais detalhes nos prazos de garantias. De acordo com Lourenço Filho (2009) o Sindicato de empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e comerciais de São Paulo (SECOVI-SP) é instituição pioneira na apresentação de prazos de garantia, programas de manutenção preventiva e termos de uso de operação de edificações residenciais.

A TAB. 02 mostra prazos de garantia que a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (ADEMI-DF) utiliza.



TABELA 02
Prazos de garantia
Sistemas, elementos, componentes e instalações

Prazos de garantia mínima

1 ano
2 anos
3 anos
5 anos
Revestimentos de paredes externas em argamassa

Fissuras
Estanqueidade de fachadas
Má aderência do revestimento e dos componentes  do sistema
Revestimentos de paredes em azulejo
/cerâmica/pastilhas

Revestimentos soltos, gretados, desgaste excessivo.
Estanqueidade de fachadas

Revestimentos de paredes em pedras naturais

Revestimentos soltos, gretados, desgaste excessivo.
Estanqueidade de fachadas

Pintura/verniz
(externa)

Empolamento, descascamento, esfarelamento, alteração de cor ou deterioração de acabamento.


Impermeabilização



Estanqueidade
Selantes, componentes de juntas e rejuntamentos.
Aderência



Fonte: LOURENÇO FILHO, 2009, p.37



3.1.4.3 Questão de segurança

Pujadas et al. (2012) evidência  diversos problemas que colocam em risco a segurança dos usuários e das edificações. Estas ocorrências se referem a vidros quebrados; uso de produtos químicos na limpeza de fachadas; problemas de desprendimento de revestimentos de fachadas e outros.

Entre o período de 2002 a 2007 foi realizado inspeção predial em vários estabelecimentos brasileiros pela IBAPE (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia), totalizando 1.700.000,00 m² de área observada e como resultado parcial deste estudo, constatou incidência de algumas falhas conforme TAB.03 e 04 a seguir:



Incidência de algumas falhas
Falhas ou problemas, relacionadas com a Manutenção.
Problemas relacionados à falta de confiabilidade nos diagnósticos
Falta de tratamento de prioridade ou análise de criticidade
Não-conformidades operacionais
e gerenciais
100% não adaptam seus planos de manutenção em relação à idade das instalações, quantidades de horas de funcionamento de seus componentes e equipamentos, estado de conservação existente e desempenhos;
Falta de histórico e registros dos procedimentos e atividades de manutenção, bem como sobre o desempenho e rendimento das instalações e sistemas em geral.
Contratações inadequadas ou não-aderentes à realidade operacional.
Falta ou deficiência dos mecanismos de controle dos planos de manutenção, pois não há uma medição real do ganho de desempenho e vida útil das instalações, em face das atividades praticadas.
Falta ou deficiência de procedimentos e rotinas de manutenção.
Equipes reduzidas.
Fonte: PUJADAS et al.,2012, p.13 (adaptado pelos autores)

  


TABELA 04
Porcentagem de incidência de algumas falhas
FALHA
INCIDÊNCIA
1. Esquadrias: perda da estanqueidade, corrosão de montantes, vidros quebrados, etc.
86 %
2. Reservatórios de água: falta de controle efetivo dos parâmetros físico-químicos da água, deficiências na limpeza e desinfecção
49 %
3. Reservatórios de água: vazamentos, infiltrações e deterioração precoce das estruturas em concreto armado.
88 %
4. Tampas de reservatórios: corrosão da chapa metálica ou corrosão da armadura, falta de fixação, falta de pintura, etc.
92 %
5. Hidráulica e ambiental: contaminações de esgoto em água pluvial e vice-versa, devido a ligações irregulares nos ramais das instalações, bem como uso indevido de ralos coletores de águas pluviais
81 %
6. Deficiências no sistema de pintura de tubulações hidráulica devido a procedimentos equivocados de repintura, bem como corrosão de tubos
86 %
7. Presença de fissuras higrotérmicas em revestimentos de argamassa devido alta periodicidade dos procedimentos de manutenção – repintura e lavagem , etc.
71 %
8. Deterioração de rufos e calhas metálicos: corrosão, falta de pintura ou procedimentos de repintura, falta de calafetações e reaplicação de selantes entre emendas, etc.
82%
9. Descolamentos de revestimentos de fachada por infiltrações e deficiências de sistemas de pintura, etc.
67 %
10. Deficiências no tratamento de água do sistema de ar condicionado (água gelada e de condensação) reuso e/ou de captação de poço profundo
83 %
11. Infiltrações de água gerais e deterioração da estrutura de concreto armado (lajes, vigas e pilares)
94 %
12. Corrosão em requadros de serpentinas e bandejas de Fan Coils
79 %
13. Vazamentos juntos as torres de arrefecimento de sistemas de ar condicionado, bem como acúmulo de algas e carbonatos
76 %
14. Deterioração da base de concreto armado ou metálica das Torres de Arrefecimentos.
76 %
15. Corrosão galvânica em cabos de pára-raios, hastes soltas e corroídas, cabos com tentos rompidos, incompatibilidade de materiais, falta de aterramentos em coberturas de partes metálicas, etc
79 %
16. Deficiências no controle e análise da qualidade do ar de ambientes climatizados, em atendimento as Normas da ANVISA
60 %
17. Presença de sujeiras em casa de máquinas e poços de elevadores, bem como infiltrações nas lajes de cobertura sobre o maquinário.
74 %
  Fonte: PUJADAS et al.,2012, p.12

A falta de manutenção em fachadas de edifícios ocasiona infiltrações, mofo, queda do material de revestimento, provocando danos à saúde do usuário, depreciação, etc. Fazer uma manutenção preventiva, estabelecida por um padrão de tempo, é questão de segurança e não apenas de economia. Tais falhas são corrigíveis e, financeiramente viáveis a sua execução.

3.1.5  Estratégia Da Manutenção Preventiva

Flores e Brito (2002) mostram que a intervenção estratégica de uma manutenção preventiva, diminui a probabilidade de ocorrer anomalias prejudiciais ao bom funcionamento da edificação.

A manutenção estratégica preventiva procura recuperar o nível de qualidade dos elementos, observando patologias, apontando recomendações técnicas, materiais, mão de obra e custo da operação.

A TAB. 05 apresenta dados de base que irão definir um planejamento estratégico preventivo das várias operações de manutenção: primeiro, para cada elemento (constituindo planejamentos parciais) e, posteriormente, para todo o edifício (planejamento integrado). Esta metodologia pressupõe a manutenção como uma etapa do edifício, que abrange diversas atividades, movimentando recursos e custos.
Dados de base para definir numa estratégia preventiva
• vida útil de cada elemento, níveis mínimos de qualidade / exigências;
• anomalias relevantes, causas prováveis;
• caracterização dos mecanismos de degradação;
• sintomas de pré-patologia, escolha das operações de manutenção;
• análise de registros históricos (periodicidade de intervenções, etc.);
• comparação com o comportamento em outros edifícios (antes e após reparações);
• recomendações técnicas dos projetistas, fabricantes / fornecedores, etc.;
custos das operações.
Fonte: FLORES e BRITO, 2002, p.50


Alves (2012) considera a estratégia da manutenção como atividade que promove a melhoria das características iniciais do edifício, modificando soluções ou algum material que aumentará a vida útil da edificação.

Tal estratégia permite um melhor planejamento das operações de manutenção, custos, mão de obra, tempo e material utilizado. Sem comprometer a qualidade e o orçamento do condomínio.

3.1.6  Inspeção

Alves (2012) acredita que a inspeção é uma ferramenta primordial nas estratégias de manutenção, pois acompanha o comportamento dos materiais alvos de manutenção, por meio de coletas de informações.

É de suma importância observar a vida útil dos elementos, baseando-se em especificações técnicas, pois tal dado facilitará a identificação de anomalias ou problemas futuros nas fachadas.

Thompson Junior e Zancan (2011) sugerem a utilização de tabelas, matrizes para direcionar quais os serviços serão realizados primeiro, diferenciando prioridades. Tal ação facilitará o cumprimento dos trabalhos a serem executados.

A elaboração de documentos e formulários facilita a visualização do problema, direcionando etapas a serem cumprida do planejamento e execução da manutenção na edificação.

Fagundes Neto (2006) ressalta que o diagnóstico é a meta principal que a inspeção quer alcançar durante a vistoria e conterá a identificação das causas das mesmas. Documentação, registros fotográficos, formulários são requisitos que ajudarão a direcionar a manutenção.

Os formulários e/ou registros servirão como histórico da manutenção, proporcionando rastreabilidade do problema, com isso, ganha-se agilidade no processo de decisão.  A FIG. 02 é um bom exemplo de acompanhamento de vistoria de uma fachada, cujos dados auxiliam em um levantamento, identificando possíveis causas e/ou patologias localizadas.


                   
                          FIGURA 02: Exemplo de ficha de vistoria de fachadas                
                          Fonte: FAGUNDES NETO, 2006, p.36

Pujadas et al.(2012) argumentam que a falta de preparo em realizar um diagnóstico gerará problemas futuros, agravando a situação e causando gastos maiores. O profissional que realizará a inspeção tem que ser capacitado.

O vistoriador deve  possuir uma visão global e um conhecimento diversificado, de forma a evitar erros que venham a prejudicar um diagnostico correto.

3.1.7  Tipos de Fachadas

Lourenço Filho (2009) expõe que os revestimentos são partes integrantes do elemento de vedação vertical externa, tendo como principal função proteger as vedações e estruturas de agentes agressivos, evitando sua degradação precoce, aumentando sua durabilidade e reduzindo custos de manutenção.

O revestimento de fachada não é responsável somente pela estética do edifício, mas tem grande importância na proteção e durabilidade da construção. Utilizam-se materiais diversos, vidros, tintas, pedras e outros.

A localidade, custo, clima que definirá o tipo de material a ser utilizado em cobertura de fachadas residencial. Há diversos tipos de materiais empregados nas construções, que geram conforto, praticidade e economia.


3.1.7.1 Pintura


Fagundes Neto (2006) explica que as tintas servem para proteção, acabamento de diversas superfícies e que a pintura não consiste somente de tinta de acabamento. É composta também por fundo selador que funciona como uma base protetora sobre o reboco para receber a tinta de acabamento e massa corrida que é utilizada para corrigir irregularidades nas superfícies internas da edificação.

A pintura das fachadas se constitui em um sistema que tem por finalidade proteger os elementos construtivos das edificações e também manter um padrão agradável de estética. Decorrente de fatores diversos, este sistema está exposto a anomalias que aparecem ao longo do tempo.

Alves (2012) diz que a pintura é um serviço de obra tão importante como qualquer outro, e é um grave erro não lhe dar uma atenção condizente. Ela deve ser projetada e executada segundo técnica adequada, não devendo ficar ao critério de pessoa não conhecedora. Deve-se cuidar para que todos os materiais e toda mão de obra sejam da melhor qualidade.
 A pintura tem, normalmente, duas finalidades: Proteger e embelezar. Assim sendo, seja na escolha da tinta, seja da classificação ou no recebimento do serviço, deve-se considerar se essas duas metas foram atingidas.

Alves (2012) descreve algumas superfícies encontradas na construção civil:

-          Concreto Aparente;
-          Sobre Madeira;
-          Sobre Metal Ferroso;
-          Sobre Metal não Ferroso (Alumínio e Galvanizados);
-          Sobre Alvenaria Comum;
-          Tijolo;
-          Bloco de Concreto;
-          Reboco;
-          Sobre Alvenaria Especial.

3.1.7.2  Rochas Ornamentais


Assis (2012) atesta que as rochas são pedras naturais, extraídas em blocos ou placas, cortadas e beneficiada de forma variada, e servem como revestimento e ornamento. São basicamente subdividas em:

- Rochas Siliáticas – Granitos;
- Rochas Carbonáticas – Mármores e Calcários;
- Rochas Silicosas – Quartzitos;
- Rochas Síltico-Argilosas – Ardósias;
- Rochas Ultramáficas - Serpentinitos, Pedra Sabão e Pedra Talco.

O granito é amplamente utilizado em revestimentos de paredes na forma polida, tem grande resistência mecânica (resistência à compressão de até 150 MPa) e elevada dureza, com textura cristalina.  Compõem-se de quartzo feldspato e mica, a cor predominante é dada pelo feldspato podendo ser rosa, marrom, cinza, azulada ou amarelada.

Mármore (metamorfização do calcário) resulta da transformação de rochas preexistentes, que  ocorrem quando essas rochas atingem grandes profundidades ou quando são encaixantes nas intrusões magmáticas, sem, contudo,
passarem pelo estado de fusão. Os mármores são menos resistentes ao desgaste abrasivo e quimicamente mais reativo que as rochas Siliáticas (granitos).

Os mármores são inadequados para fachadas devido a facilidade de manchamento por umidade.

Ardósias são rochas metamórficas que desenvolvem planos preferenciais de laminação (clivagem ardosiana) aproveitados para a obtenção de chapas. Quando em contato com ácidos ou limão, as ardósias não efervescem ou reagem muito discretamente, observando-se que as variedades grafite e negras são mais sensíveis que as cinzas.

Na fixação dessas rochas a fachadas existem dois tipos de fixação.  A convencional que utiliza argamassa ou cimento cola e as fachadas aeradas fixadas com inserts metálicos.

A NBR 15.846 (ABNT, 2010) estabelece diretrizes gerais para execução de fachadas com placas de rochas ornamentais fixadas por inserts metálicos.

3.1.7.3 Revestimento cerâmico


Revestimentos cerâmicos para paredes, conhecidos popularmente por azulejos, são placas cerâmicas fabricadas a partir de uma mistura de argila. A parte traseira das placas possuem garras (tardoz), para auxiliar na aderência com a superfície onde serão assentadas.

Sampaio et al. (2011) menciona que o revestimento cerâmico é um dos acabamentos mais utilizados deste a antiguidade, possuindo durabilidade e beleza.

A grande vantagem de sua utilização reside principalmente nas características de durabilidade, facilidade de limpeza, anti-inflamável, anti-alérgico, além do aspecto estético agradável. O assentamento correto das peças cerâmicas é fundamental para garantir que estas não se desprendam das paredes ou pisos aos quais foram coladas.

O assentamento de revestimento cerâmico em fachadas deve seguir os procedimentos conforme normas técnicas. A TAB. 06 exemplifica algumas normas que auxilia no preparo, escolha e assentamento de cerâmicas em fachadas.





Normas técnicas a revestimento cerâmico
NORMA
TÍTULO
NBR 14081:1998
Argamassa colante industrializada para assentamento de placas de cerâmica – Especificação.
NBR 7200:1982
Revestimento de paredes e tetos com argamassas –Materiais, preparo, aplicação e manutenção – Procedimento.
NBR 8214:1983
Assentamento de azulejos – Procedimento.
NBR 13755:1996
Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante – Procedimento.
Fonte: Adaptado pelos autores

A norma NBR 13755 (ABNT, 1996) relata que uma parede revestida com placas cerâmicas é formada basicamente por 6 camadas de materiais diferentes: base, chapisco, emboço, argamassa colante, rejunte, revestimento cerâmico. O método de assentamento segue as seguintes etapas:

-          Escolha dos materiais, equipamentos e ferramentas;
-          Definição do número e espessura das juntas;
-          Estruturais, de movimentação e de assentamento;
-          Preparo da base: chapisco, emboço;
-          Aplicação do revestimento cerâmico e execução das juntas.

As placas cerâmicas, para uso em fachada, devem ter:

-          Índice de absorção de água menor ou igual a 6%;
-          Expansão por umidade menor do que 0,6 mm/m;
-          Resistência à radiação dos raios ultravioletas provenientes do sol;
-          Garras no tardoz das peças (tipo rabo de andorinha).

NBR 8214 (ABNT,1983) orienta a forma apropriada de remoção de sujeiras e/ou algumas patologias através de limpeza da superfície, conforme a seguir:

-          A remoção de sujeira, pó e materiais soltos pode ser efetuada por escovamento ou lavagem com água. Quando necessário deve ser empregada raspagem com espátula ou escova de fios de aço.

-          Para remoção de substâncias gordurosas, pode-se escovar a base com uma solução de soda cáustica (30 g de NaOH para cada litro de água) ou uma solução de ácido muriático concentração de 5 a 10%), seguindo-se com lavagem abundante com água limpa.

-          Para remoção de eflorescência, a superfície deve ser escovada e em seguida proceder a limpeza com solução de ácido muriático (concentração de 5 a 10%), seguindo-se com escovamento e lavagem abundante com água limpa.

-           Para remoção de bolor, pode-se escovar a superfície com uma solução de fosfato trissódico (30 g de Na3PO4 para cada litro de água) ou com solução de hipoclorito de sódio (4 a 6% de cloro ativo), seguindo-se com lavagem abundante com água limpa.

3.1.8 Patologia em Fachadas

Sampaio et al. (2011) observam que uma anomalia surge em um componente do edifício, em algum momento de sua vida útil, quando o material deixa de apresentar o desempenho previsto.
Um processo sistematizado, planejado em laudos, levantamento fotográfico, histórico, perícia, ajuda a localizar e avaliar materiais que não mais contribuem para um correto desempenho da fachada.

Silva (2007) informa que os tipos de revestimentos utilizados estão sujeitos ao intemperismo, bem como a utilização inadequada no revestimento, levando à manifestação das patologias.

Fagundes Neto (2006) reforça que a exposição ao intemperismo modifica o revestimento da pintura da fachada, alterando a cor, brilho, resistência, aumentando a permeabilidade, aparecimento de manchas, marcas ou fissuras.

A TAB. 07 apresenta os tipos de patologia mais frequentes em fachada, seus efeitos e causas prováveis de surgimento.
  
Manifestação patológica
Manifestação patológica
Efeitos
Causas prováveis
Eflorescência
-    Manchas de umidade
-    Pó branco acumulado na superfície
-                 Umidade constante
-                 Sais solúveis na alvenaria e água de amassamento
Bolor (fungos, algas, liquens, etc)
-    Manchas esverdeadas, avermelhadas ou escuras
-    Revestimento em desagregação
- Umidade constante
-   Área não exposta ao sol
Vesículas
-    Empolamento da pintura
-    Bolhas com umidade
- Hidratação retardada da Cão (hidróxido de cálcio/cor branca)
- pirita ou matéria orgânica na areia (cor escura)
- Concentração ferruginosa na areia
- Aplicação prematura de tinta impermeável
Descolamento do reboco com empolamento
-    Descolamento do emboço formando bolhas
-    Reboco com som cavo
- - Infiltração de umidade
- - Hidratação retardada do MgO (hidróxido de magnésio)

Descolamento do reboco em placas
- Placa endurecida e desagregando-se
-    Som cavo

- Placas freqüentes de mica na camada interior
- Argamassa muito rica ou espessa
- Superfície com substancias hidrofugas
- falta de aderência da superfície
Fissuras horizontais
-    Ao longo da parede
-    Descolamento do revestimento com som cavo
-                 Expansão da argamassa por hidratação retardada do MgO
-                 Expansão da argamassa por reação cimento-sulfatos ou de argilo-minerais nos agregados
Fissuras mapeadas
- forma variada na superfície
- retração da argamassa de base
Fonte: SILVA, 2007, p. 48

A TAB. 08 mostra ação que independe da atuação do homem, são efeitos naturais ou desastres que podem levar a danificação de uma fachada.

Agentes de degradação – Causas das anomalias não humanas
Causas das anomalias não Humanas
Ações Naturais
Físicas
Ações da gravidade
Variações de temperatura e de umidade relativa
Temperaturas extremas, vento (pressão, abrasão, vibração)
Efeitos diferidos (retração, fluência, relaxação)
Presença de água, radiação solar
Alteração das condições do solo e abaixamento do nível freático
Químicas
Oxidação, carbonatação
Presença de sais, água, Chuva ácida
Reações eletroquímicas, Radiação solar
Biológicas
Vegetais (raízes, trepadeiras, líquenes, algas, etc)
Insetos
Bolores e outros fungos
Desastres Naturais
Sismo, tsunami, ciclone, tornado, tempestades marítima, cheias, trombas de água, avalanche, deslizamento de terras, trovoadas, grandes incêndios.
Desastres devidos a causas humanas imprevisíveis
Fogo, explosão, choque, inundação.
Fonte: ALVES, 2012, p.31

Certas patologias em uma edificação, não estão ligadas diretamente pela ação do homem, devido a ações ou desastres naturais. Outras ocorrências estão ligadas a interferências que o ser humano provoca no meio onde vive.

A TAB. 09 registra agentes de degradação provocada por fatores humanos, que provavelmente alterará o comportamento da edificação projetada.

Agentes de degradação Causas de anomalias Humanas
Causas das anomalias Humanas
Usos indevidos
Ampliações, sobrecargas, demolições parciais e outros
Alterações no subsolo
Alterações na envolvente
Descuido com as instalações
Guerras e processo de técnicas destrutivas
Cidade moderna
Poluição, vibrações
Fonte: ALVES, 2012, p. 32

3.1.9 Organizar a manutenção

Flores e Brito (2002) mencionam que a minimização destes custos passa necessariamente pela implementação de procedimentos técnicos, apoiados em fichas de diagnóstico, que permitam obter respostas rápidas de solução para as anomalias dos elementos.

Os trabalhos programados de Manutenção Preventiva consistem em inspeções, verificações e correções. Tal procedimento consta de coleta de informações que venha a orientar manutenções futuras e consequentemente evitar erros. 
De acordo com Araujo (2007) quando as informações são organizadas junto a tecnologia, pessoal e trabalho, consegue-se uma boa execução do projeto.

Serviços de limpeza corretos, produtos utilizados, equipamentos adequados, aumentam seguramente a vida de sistemas e materiais de acabamentos. Evitam o surgimento dos problemas mencionados e as deteriorações inesperadas, permitindo previsão segura de gastos periódicos.

Flores e Brito (2002) definiram graus de prioridade com base na segurança para os utentes e qualidade para a edificação.

Priorizar o serviço de manutenção é importante, pois garantirá a saúde e segurança dos usuários sem comprometer a qualidade do edifício.

 A TAB. 10 relata o grau de prioridade das intervenções, mostrando a prioridade em relação a segurança do usuário.

Graus de prioridade das intervenções
Nível
Grau de prioridade
Definição
P1
Prioridade máxima
Risco de segurança e saúde para as pessoas
P2
Prioridade media
Degradação acentuada, contudo, preservando a segurança dos utilizadores
P3
Prioridade normal
Pouca degradação do elemento
P4
Sem prioridade
Sem degradação visível
Fonte: Adaptado por ALVES, 2012, p. 32

Lourenço Filho (2009) sugere um programa preventivo de manutenção, baseado em vida útil dos materiais. As TAB. 11 destaca a periodicidade de alguns elementos no programa de manutenção preventiva.

Programa de manutenção preventiva
Elemento
Local
Atividade
Periodicidade
Impermeabilização

Inspecionar ralos, camada drenante de jardim, refazer rejuntes de pisos e ralos.
Anual
Vedação vertical externa
Fachada em pastilhas
Lavagem de fachada
Anual
Fachada em pintura
Lavagem de fachada e repintura.
A cada 3 anos
    Fonte: LOURENÇO FILHO, 2009, p. 81

A escolha de produtos e técnicas corretas para lavagem de fachadas contribuirá para uma maior conservação do revestimento, retirando fungos, bactérias, sujeira.  A forma de lavagem dependerá do tipo do material e estado da fachada. Mas a principio é recomendado a utilização de água sobre pressão e utilização de sabão neutro em fachadas de granito, esquadrias de vidro, pastilhas de cerâmicas, tijolinhos, etc.

3.1.1      Normas Brasileiras – NBR

As NBR´s são parâmetros de procedimentos e cálculos, cuja finalidade é direcionar e atribuir segurança para todas as etapas da construção, visando de um lado incentivar e balizar o desenvolvimento tecnológico e, de outro, orientar a avaliação da eficiência técnica e econômica das inovações tecnológicas.

3.1.10.1 NBR 5674 (ABNT,1999)

Manutenção de edificações – Procedimento. Esta Norma fixa os procedimentos de orientação para organização de um sistema de manutenção de edificações.

3.1.10.2 NBR 13752 (ABNT,1996 )

Perícias de engenharia na construção civil. O objetivo desta norma é fixar as diretrizes básicas, conceitos, critérios e procedimentos relativos às perícias de engenharia na construção civil, bem como:

b)    Classifica o objeto quanto à natureza;
c)    Institui a terminologia, as convenções e as notações;
d)    Define a metodologia básica aplicável;
e)    Estabelece os critérios a serem empregados nos trabalhos;
f)     Prescreve diretriz para apresentação de laudos e pareceres técnicos.

3.1.10.3 NBR 14037 (ABNT,1998)

Manual de operação, uso e manutenção das edificações. Conteúdo e recomendações para elaboração e apresentação. Esta norma estabelece o conteúdo a ser incluído no Manual de operação, uso e manutenção das edificações, com recomendações para sua elaboração e apresentação.

3.1.10.4 NBR 13755 (ABNT,1996)

Revestimento de paredes externas e fachadas com placas de cerâmicas e com utilização de argamassa colante (Procedimento). A norma estabelece os requisitos para a execução, fiscalização e recebimento de revestimentos de paredes externas com placas cerâmicas assentadas com argamassa colante especifica para fachada.

A norma se aplica a paredes e revestida com chapisco, emboço e, eventualmente, camada intermediaria de argamassa de regularização constituída pelos materiais relacionados a seguir:

-          Concreto moldado em loco;
-          Concreto pré-moldado;
-          Alvenaria de tijolos maciços;
-          Alvenaria de blocos cerâmicos;
-          Alvenaria de blocos vazados de concretos;
-          Alvenaria de blocos celulares de concretos;
-          Alvenaria de blocos silico-calcáreos.

Embora não se perceba, os edifícios movimentam-se. Estes movimentos são muito pequenos e devido a diversas causas: variação de temperatura, variação de umidade, peso das estruturas, vento, etc. Com a finalidade de controlar estes movimentos, garantindo que o edifício permanece em pé e os revestimentos assentados nas fachadas, usam-se juntas.

As juntas devem ser previstas e executadas de acordo com a norma NBR 13755 (ABNT, 1996) e são espaços deixados entre duas placas cerâmicas ou entre dois painéis de parede. Existem três tipos de juntas:

1 - Juntas de assentamento: também conhecidas por rejunte, são espaços entre as placas cerâmicas que compõe o revestimento, preenchidas com material flexível, chamado de argamassa de rejuntamento. A largura das juntas depende do tamanho da placa cerâmica. Para fachadas, a TAB. 12 mostra os valores mínimos de juntas de assentamentos em paredes internas e externas.


Dimensões mínimas das juntas de assentamento (mm)





  Fonte: NBR 8214 (ABNT, 1983), p.6

2 - Junta de Movimentação: são espaços que dividem a parede revestida em painéis. Iniciam-se no encontro entre duas placas cerâmicas e atravessam a camada de emboço. Estas juntas, algumas vezes, são chamadas de juntas de expansão / contração. NBR 8214 (ABNT, 1983) relata que em fachadas devem ser executadas juntas de movimentação nas seguintes situações:

-    Uma junta horizontal em cada pavimento, coincidindo com a interface viga de concreto/alvenaria (na região de encunhamento) ou no máximo a cada 3 metros;

-        Uma junta vertical a cada 3 a 6 metros, em função da orientação solar e em relação aos ventos dominantes da fachada: para condições mais severas de exposição, menor deve ser o espaçamento entre as juntas;

-       Juntas verticais próximas das arestas do prédio, no máximo a 60 cm de distância em ambos os planos coincidentes;
-          Mudanças de direção do plano de revestimento;

-   Encontros da área revestida com pisos e forros, pilares, vigas e outros tipos de revestimento;

-        Mudança de materiais que compõem a parede, por exemplo, interfaces entre estrutura de concreto e alvenaria.

Para fachadas, a norma brasileira NBR 8214 (ABNT,1983) recomenda as seguintes larguras mínimas para as juntas de movimentação:

-          Painel menor ou igual a 3 m – 10 milímetros de largura;
-          Painel entre 3 e 4 m – 12 milímetros de largura;
-          Painel entre 4 e 5 m – 15 milímetros de largura;
-          Painel entre 5 e 6 m – 15 milímetros de largura.

3 - Junta de Dessolidarização: São espaços deixados no encontro da parede revestida com pisos, forros, pilares, vigas ou com outros tipos de revestimento. Estes espaços se iniciam no encontro entre duas placas cerâmicas e atravessam a camada de emboço.

NBR 13755 (ABNT, 1996) recomenda-se que a largura “L” desta junta, deve ser dimensionada em função das movimentações previstas para a parede e para o revestimento, e em função da deformabilidade admissível do selante.

A FIG. 03 exemplifica um esquema de acabamento de juntas de movimentação e dessolidarização utilizada em acabamento de fachada de edifícios.









             FIGURA 03: Acabamento das juntas de movimentação e de dessolidarização.
              Fonte: NBR13755 (ABNT, 1996), p.6

4 - Juntas de dilatação ou Estruturais: são espaços previstos no projeto estrutural, com a finalidade de garantir a segurança da edificação frente às cargas mecânicas previstas no projeto. Estas juntas atravessam toda a parede e tem sua largura especificada no projeto estrutural.

3.1.10.5 NBR 15575 (ABNT,2013)

Edificações Habitacionais – Desempenho. Trata dos requisitos gerais nos quais são tratadas as interações entre os diferentes elementos da obra. A norma estabelece vida útil variável para cada um dos sistemas (estruturas, vedações, pisos, coberturas, instalações elétricas e hidráulicas).

Os tópicos a seguir foram baseados na nova NBR 15575 (ABNT, 2013) e foram selecionados alguns trechos de relevância para conservação e segurança de fachadas de edifícios.


Parte 1: Requisitos Gerais

Os projetos devem ser desenvolvidos de forma que o edifício e os sistemas projetados tenham boas condições de acesso para inspeção predial.

Os projetos devem prever mecanismos de prevenção de infiltração da água de chuva e da umidade do solo nas habitações, realizando impermeabilização, inclinação adequada e escoamento de água.

O projeto deve especificar o valor teórico para a Vida Útil de Projeto (VUP) para cada um dos sistemas que o compõe, não inferior ao estabelecido conforme TAB. 13 de vida útil de projeto apresentada na norma.

Vida Útil de Projeto
Sistema
VUP mínima anos
Estrutura
≥ 50 segundo a ABNT NBR 8681-2003
Pisos internos
 ≥13
Vedação vertical externa
 ≥40
Vedação vertical interna
 ≥20
Cobertura
≥20
Hidrossanitáio
≥20
   Fonte: NBR 15575 (ABNT, 2013), p.27

* Considerando periodicidade e processos de manutenção especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção entregue ao usuário elaborado em atendimento à norma NBR 5674 (ABNT,1999).

Parte 2: Estrutura

Devem ser previstas e realizadas manutenções preventivas sistemáticas e, sempre que necessário, manutenções corretivas. Desde que utilizados como preconizado em projeto e submetidos a intervenções periódicas de manutenção, a estrutura e os elementos que fazem parte do sistema estrutural devem manter sua capacidade funcional durante toda a Vida Útil do Projeto (VUP).

As manutenções devem ser realizadas obedecendo-se ao manual de operação, uso e manutenção, fornecido pelo incorporador ou pela construtora, e às boas práticas, de acordo com a NBR 5.674 (ABNT,1999). O manual deve prever periodicidade, forma de realização e forma de registro das inspeções prediais e das manutenções.

Parte 3: Pisos

Os sistemas de pisos devem ser estanques à umidade ascendente e devem impedir a passagem da umidade para outros elementos construtivos da habitação.

Os pisos de áreas molháveis expostos a uma lâmina de água 10 mm na cota mais alta por um período de 72 horas não pode apresentar, após 24 horas da retirada da água, danos como bolhas, fissuras, empolamentos e destacamentos.

Parte 4: Vedações Verticais

Sob impactos, os sistemas de vedação vertical não podem sofrer ruptura ou instabilidade, nem apresentar fissuras, escamações e delaminações que comprometam a utilização. A NBR 15.575 (ABNT, 2013) indica em tabelas os desempenhos mínimos para diferentes energias de impacto.

A TAB. 14 mostra o impacto em joule para vedação com função estrutural em uma fachada de casas térreas, com função estrutural.

Impactos de corpo mole para vedações verticais externas
Sistema
Impacto
Energia de impacto de corpo mole (j)
Critério de desempenho
Vedações verticais com função estrutural, para casas térreas
Impacto externo (acesso externo do público)
720
Não ocorrência de ruína (estado de limite último - ELU)
480
360
240
Não ocorrência de falhas (ELS), limitação dos deslocamentos horizontais.
180
Não ocorrência de falhas (estado limite de serviço - ELS)
120
Impacto interno
480
Não ocorrência de ruína (ELU)
240
180
Não ocorrência de falhas (ELS)
120
Não ocorrência de falhas (ELS), limitação dos deslocamentos horizontais.
Revestimento interno das vedações verticais externas multicamadas
60
Não ocorrência de falhas (ELS)
120
Não ocorrência de rupturas localizadas (ELU)
    Fonte: NBR 15575(ABNT, 2013), p.17

As paredes externas devem apresentar transmitância térmica e capacidade térmica que proporcionem, ao menos, desempenho térmico mínimo estabelecido na norma para a zona bioclimática em questão. As fachadas também devem ser estanques à água. Os ensaios de estanqueidade devem se contextualizar em uma das cinco regiões brasileiras de exposição.

As fachadas devem apresentar aberturas com dimensões adequadas para proporcionar a ventilação interna dos ambientes. Esse requisito aplica-se aos ambientes de longa permanência.

Parte 5: Coberturas

A cobertura não deve apresentar escorrimento, gotejamento de água ou gotas aderentes. Aceita-se o aparecimento de manchas de umidade, desde que restritas a no máximo 35% da área, conforme a norma referenciada. Sob a ação de granizo e outras pequenas cargas acidentais, somente é tolerada a ocorrência de falhas superficiais nas telhas, como fissuras e lascamentos que não impliquem perda de estanqueidade.

3.1.10.6 Lei nº 6400, de 05 de Março de 2013 do Rio de Janeiro.

Determina a realização periódica por autovistoria, a ser realizada pelos condomínios ou por proprietários dos prédios residenciais, comerciais e pelo poder público, nos prédios públicos, incluindo estruturas, fachadas, empenas, marquises, telhados e obras de contenção de encostas bem como todas as suas instalações e cria laudo técnico de vistoria predial (ltvp) no estado do rio de janeiro e dá outras providências.

A Lei menciona que todas as obras prediais (reforma, acréscimo, demolições de alvenaria ou estruturas, aberturas de janelas, etc.) devem ser acompanhadas por engenheiros ou arquitetos, junto ao conselho regional com abertura de Anotações de Responsabilidade Técnica (ART). Tal lei é uma tendência a ser seguida, visando principalmente a segurança do usuário.




4       METODOLOGIA


4.1       Caracterização da pesquisa


Gil (1999) menciona que a pesquisa exploratória tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.

O trabalho em questão foi elaborado basicamente em revisão bibliográfica de caráter qualitativo. Os autores discorrem sobre construção civil, com foco em fachadas e apresentam argumentos que atestam a importância da manutenção, seus conceitos e tipos.

As referências foram utilizadas para sustentar o trabalho, seguindo como base o cenário já citado de edificações de pequeno e médio porte. Ao longo do trabalho foi usado referencial e tabelas que atestam a efetividade dos temas.

4.2       Estratégia de pesquisa


A estratégia adotada foi a apresentação de referências bibliográficas que mostram os conceitos relacionados à manutenção não só no meio civil, mas em todos os aspectos, inclusive industrial. Os conceitos apresentam as vantagens de adotar as práticas de previsibilidade, antecipação de problemas e mostrar os ganhos que os usuários podem obter com tal prática.

Um dos pontos de maior relevância apresentado é com relação a segurança do usuário ou transeunte. Hoje, a preocupação com a segurança sobrepõe a questões diversas, ninguém quer ser responsável por acidente fatal decorrente de queda de materiais soltos de fachada de um edifício. Visou-se a reunião de argumentos que reforçam importância da manutenção preventiva em fachada de edifício residencial para segurança do usuário, e conservação da edificação.

5       APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS


A manutenção preventiva consiste em um adequado planejamento, que envolve o diagnóstico das intervenções necessárias e discussão das alternativas, seguido pelas atividades de seleção e contratação da empresa executante, conduzido a partir de um acompanhamento das questões técnicas e operacionais envolvidas. A manutenção preventiva não é garantia de redução de custos ou de prazos, mas auxilia na tomada de decisões.

Uma das ferramentas de grande eficácia em uma manutenção consiste em efetuar inspeções periódicas, buscando o maior número possível de dados a respeito do prédio, idade, tipo de solução estrutural, posicionamento das fachadas em relação à incidência solar, chuva e ventos, predominantes, materiais e procedimentos executivos adotados à época da construção.

Observação de manchas na fachada, trincas, embolamentos, teste de percussão em revestimentos aderidos são instrumentos interessantes na inspeção e análise de uma fachada. Ao se identificar o problema, deve-se buscar conhecer as causas que levaram à sua existência, traçando uma estratégia de ação para que se realize a manutenção.

A manutenção preventiva do revestimento de fachada, procura seguir os sistemas construtivos e materiais empregados, alcançando, assim, a vida útil do revestimento prevista pela construtora. É importante observar a abordagem dos seguintes tópicos:

-          Inspeção rotineira das fachadas;
-          Conservação e limpeza;
-          Restaurações das condições originais;
-          Validades e garantias.

A presente pesquisa constou de um levantamento bibliográfico referente ao tema manutenção de fachada residencial e após o estudo foram realizadas suas respectivas análises.

Lourenço Filho (2009) diz que as fachadas não protegidas ou voltadas para o norte e oeste são geralmente as mais deterioradas pelo alto grau de insolação. A falta de um projeto de impermeabilização em áreas molhadas contribui com o estado de conservação da fachada devido a infiltrações.

Os revestimentos externos em pintura se caracterizam pelo baixo custo e pelo rápido desgaste natural, gerando a necessidade de manutenção em períodos curtos. As fachadas antigas pintadas, as películas de tintas e massas, devem ser removidas com espátula e lixa n° 60 ou 80 para receber uma nova repintura.

A FIG. 04 mostra a fachada do último andar de um edifício residencial do Distrito Federal, com surgimento de trincas e descamação da pintura o que geralmente ocorre com a movimentação natural da estrutura da edificação e da natural expansão do concreto. As manchas aparecem devido à ação de respingos de chuva, de fungos e também por ação de infiltrações. Portanto, são inúmeras as anomalias que podem surgir nas superfícies pintadas. Precauções e obediências às regras fornecidas pelo fabricante devem ser seguidas à risca, a fim de se evitar tais danos.

Lourenço Filho (2009) esclarece que as fissuras nos revestimentos argamassados ocorrem com frequencia devido a retração, recalque, a movimentação higroscópica e a movimentação térmica.






                             FIGURA 04 - Pintura em fachada apresentando defeito
                               Fonte: LOURENÇO FILHO, 2009, p. 15


A FIG. 05 ilustra machas de oxidação em pedras de granito, provocadas por granalhas de aço e outros agentes ferruginosos. Em virtude da estrutura morfológica e a especificação do acabamento jateado, apresentado em projeto, o uso de selantes e impermeabilizante evita ou dificulta a absorção de líquidos.

As granalhas surgem no processo de serragem das placas de rocha. A limpeza das pedras de granito após a serragem é de grande importância, pois evita o contado de granalha com o oxigênio presente no ar e água.



                                FIGURA  05 – Manchas de oxidação em pedra de granito branco.
                                   Fonte: ASSIS, 2012, p. 12

  
A FIG. 06 mostra detalhe de respaldos em concreto armados em fachadas. Observa-se a deterioração de concreto com corrosão de armadura, formações de fissuras e perda do monolitismo (visão de placa única). Há risco de queda nas calçadas, junto ao passeio público. Há deficiências construtivas quanto ao baixo cobrimento das armaduras, no entanto, verifica se, também, a ausência de repintura, bem como providências emergenciais no sentido de remover todos os fragmentos do concreto deteriorado e destacado.

                                                    FIGURA 06 – Formações e fissuras em fachadas
                                                    Fonte: PUJADAS et.al, 2006, p.24

A FIG. 07 retrata um exemplo de um sistema de impermeabilização ineficiente ou ausente. Souza (2010) relata que a umidade ascendente e causada pela umidade proveniente do solo, que danifica os rodapés das paredes quando a estrutura apresenta os seguintes problemas: falta de impermeabilização na fundação ou utilização inadequada do sistema impermeabilizante, aliada a presença de umidade no solo.
                                    FIGURA 07 – Umidade ascendente
                                    Fonte: SOUZA, 2010, p. 8

A FIG. 08 mostra parte da lateral de uma fachada que ocorreu deslocamento do concreto devido à corrosão na armação de aços. Tais problemas podem estar relacionados à mão de obra desqualificada, qualidade do material e/ou especificação de sistemas inadequados. A falta de um sistema de impermeabilização resulta a um alto percentual de problemas para as edificações levando a descolamento de cerâmica, estruturas de concreto, pintura, reboco, etc.

                                                       FIGURA 08: Corrosão da armadura
                                                           Fonte: SOUZA, 2010, p. 9

Luz (2004) relata que os locais de maiores deslocamentos estruturais são as regiões em balanço, por exemplo, e as fachadas mais ensolaradas (devido a choques térmicos que provocam retrações bruscas).

A FIG. 09 mostra os destacamentos de placas de cerâmicas, que ocorrem normalmente com maior frequência nos primeiros e nos últimos andares, devido a decorrência do maior nível de solicitação de esforços a que estão sujeitos. A perda da aderência é um fenômeno causado por falhas ou rupturas na interface da cerâmica com a argamassa adesiva, ou mesmo desta com o substrato, devido a tensões surgidas que ultrapassem a capacidade resistente das ligações.

                                             FIGURA 09 - Destacamento de placas cerâmicas
                                                 Fonte: LUZ, 2004, p. 64

A ocorrência de patologias em cerâmicas está ligada a qualidade do assentamento, e esta por sua vez depende:
-          da qualidade dos materiais utilizados;
-          da qualidade da mão-de-obra;
-          da qualidade do substrato suporte;
-          da avaliação crítica do projeto;
-          das condições de trabalho.

A FIG. 10 mostra a existência de eflorescência em fachada. Na presença de água, substâncias como sais solúveis presentes no cimento podem atingir a superfície do revestimento, através do rejunte, formando depósitos esbranquiçados. Este tipo de sujeira pode ser removido com limpeza, mas retorna se não for eliminada a infiltração de água.

A falha na execução do rejunte, mal especificado ou aplicado incorretamente, pode levar a vários problemas tais como:
-          Corrosão química;
-          Elevada porosidade superficial, provocada por infiltrações lentas;
-          Baixa resistência mecânica, quando raspado com ferramenta pontiaguda.


                                  FIGURA 10: Eflorescências em fachadas de edifícios com placas cerâmicas
                                     Autor: LUZ, 2004, p.65

A FIG. 11 registra fissuras na fachada, podendo ser devido a falhas de assentamento tais como:

-          Assentamento com argamassa vencida;
-          Argamassa com tempo em aberto;
-          Falhas na especificação da argamassa de assentamento;
-          Movimentações do substrato, que podem ser térmicas, mecânicas, estruturais, não previstas e/ou não avaliadas em projeto.

                                    Autor: LUZ, 2004 p.68


As manchas de umidade também são um tipo de patologia que ocorre comumente quando o revestimento cerâmico é feito em condições “aceleradas” ou quando algumas etapas do processo não são respeitadas. A principal causa destas manchas é a umidade residual que fica no emboço e que não é eliminada posteriormente, ou devido a falta, falhas e trincas em rejuntes, que são passiveis de infiltração de água.

Os requisitos mínimos para evitar tais patologias é observar à utilização correta dos materiais e suas especificações, tempo de cura, observação se a base do concreto esta seca, livre de umidade e evitar limpeza de revestimentos com ácido, pois pode prejudicar tanto a superfície da peça cerâmica como o rejunte.

6      CONCLUSÃO


A manutenção preventiva é uma das ferramentas de grande importância na conservação e segurança de edifícios residenciais.  A execução dos serviços de fachadas deve estar organizada dentro de um planejamento eficiente que vise manter a qualidade dos seus materiais e a vida útil de um edifício.

A fachada faz parte de um subsistema e está submetida a um maior número de fatores de degradação, por isso, é necessário o emprego de mão de obra especializada na execução do serviço e observação da utilização dos materiais de acordo com as normas de especificações. O estudo possibilitou analisar as patologias em fachadas de edifícios, bem como a identificação das suas prováveis causas, possibilitando afirmar que as origens da maioria das manifestações patológicas provem da ação de intempéries, e aos usuários cabe a utilização de ferramentas de gestão aplicando a manutenção preventiva. Dentre as ações que devem seguir um processo estruturado e periódico, pode-se citar:

               1) inspeção periódicas das fissuras;
               2) inspeção e limpeza periódica das fachadas;
               3) inspeção de possíveis vazamentos;
               4) inspeção de infiltrações;
               5) inspeção periódica da impermeabilização.

Essas foram algumas recomendações para a prevenção e manutenção das fachadas, que contribuem para o aumento de vida útil dos revestimentos superficiais.

A manutenção preventiva deve fazer parte de um programa periódico de inspeção, limpeza, planejamento, observando sempre a segurança e conservação da edificação. Tal programa documentado de manutenção contribui como apoio jurídico, possibilita um planejamento e orçamento das atividades a serem realizadas pelos usuários e responsáveis pela administração do edifício ao longo da vida útil do edifício.

A pesquisa possibilitou mostrar por meio de diversos argumentos de alguns autores a importância da manutenção preventiva em fachada de edifício residencial, para segurança do usuário e conservação da edificação e garantia de vida útil de cada elemento que compõe e fachada.




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