Em um ambiente de aprendizagem construtivista faz-se necessário à participação de três elementos essenciais na caracterização do ensino. A interatividade (envolve um relacionamento entre pessoas de experiências diversas, ferramentas e atividades culturalmente organizadas); a cooperação (relação compartilhada entre os participantes no desenvolvimento e realização das etapas e o tutor); e a autonomia (é a capacidade do aluno de organizar-se, escolher, apropriar-se e reconstruir o conhecimento).
Segundo (Marcos Silva, 2000), o professor disponibiliza um campo de possibilidades, de caminhos que se abrem quando elementos são acionados pelos alunos. Ele garante a possibilidade de significações livres e plurais e, sem perder de vista a coerência com sua opção crítica embutida na proposição, coloca-se aberto a ampliações, a modificações vindas da parte dos alunos.
Mediante a isto, que é de suma importância o papel do tutor na trajetória do aprendizado da EaD. O aluno não pode ficar limitado no copiar e memorizar, ele tem que interagir com o meio de ensinamento, o tutor auxilia a isto, a interagir com todo meio disponível para aprimorar o conhecimento, tutor-aluno, aluno-grupo.
Por isso podemos dizer que o tutor neste processo norteará a fase de aprendizagem do aluno, fazendo uso de diversos modelos de aprendizagem e metodologia, moldando o conhecimento e trocando experiência entre o grupo de forma assertiva e com coerência de raciocínio.
Paulo freire diz que o professor deverá ensinar a pensar certo, sendo a prática educativa em si um testemunho rigoroso de decência e pureza. Os educadores devem criar condições à construção do conhecimento, como parte de um processo em que o professor e aluno não se reduzam a condição de meros objetos um do outro e sim sirva de mecanismo conjunto na elaboração e aplicação do conhecimento, fase esta, que é primordial para o crescimento conjunto.
O tutor é peça primordial neste processo de ensino e aprendizagem, ele tem que ser capacitado, conhecedor das ferramentas de interação, do conteúdo, ele tem que ser dotado de saberes que conduza o grupo ao conhecimento coletivo, levando o mesmo a troca de experiências e interação. Ele tem que possuir uma visão de um todo neste processo de aprendizagem para evitar fragmentação do ensino.
Pela comunicação intrapessoal procuramos equilibrar as nossas contradições, comunicar-nos entre o nosso universo organizado e o desorganizado, o visível e o invisível, entre o que controlamos e o que se nos escapa. Comunicamo-nos melhor se aprendemos a dialogar com as nossas tendências contraditórias (MOURAN,2007).
O saber pautado em tais diferenças leva o grupo ao crescimento verdadeiro, pois esta passeada na diferença coletiva, ou seja, a construção do saber esta apoiada no coletivo, vivendo as dificuldades, os problemas e acima de tudo aprendendo a lidar com elas e a transformá-las em solução.
Neste tipo de aprendizagem de colaboração, há a troca de informação, a capacidade de comunicar, o respeito às diferenças individuais sendo requisitos importantes para o trabalho cooperativo. E para haver cooperação é necessário existir um ambiente democrático onde todos possam se expressar cooperando individualmente sem se sentirem ameaçados por alguma forma de poder.
O tutor como peça de suma importância nesta maquina fabulosa de construção do conhecimento, deve estar sempre pronto, sabendo intervir quando necessário, manter uma relação amigável com o estudante proporcionando a criação de uma rede onde a sensibilidade, a motivação e a interação são os grandes nós.
Ele deve saber advertir, formular criticas devida, dar suporte necessário ao grupo, utilizar feedbacks para auxiliar a construção da informação, elogiar, criticar, confirmar, completar de forma a levar a completa interação do grupo.
Almeida 2002 diz que: “As interações por meio dos recursos disponíveis no ambiente propiciam as trocas individuais e a constituição de grupos que interagem, pesquisam e criam produtos ao mesmo tempo em que se desenvolvem. [...] A educação a distância em ambientes virtuais permite romper com as distâncias espaço - temporais e viabiliza a interatividade, recursividade, múltiplas interferências, conexões e trajetórias”.
A interação gera comunicação, a mesma fomenta um espaço de mediações que favorecem todo o processo, evitando a evasão, por exemplo, ou reações contrárias, negativas, que podem dificultar o processo.
É através destas interações que levara o crescimento do grupo e o desenvolvimento do coletivo, e o mais importante será o fato de todos juntos construírem um momento, onde cada aluno seguindo seus critérios de aprendizagem atinja sua autonomia na execução e conclusão das tarefas.
A interação do tutor deve seguir as seguintes funções:
• Função pedagógica - diz respeito ao fomento de um ambiente social amigável essencial à aprendizagem online. Deve ser facilitador.
• Função gerencial - envolve normas referentes ao agendamento do curso, ao seu ritmo, aos objetivos traçados, à elaboração de regras e à tomada de decisões, cobrança das tarefas, da participação do aluno nos fóruns de discussão e no corrigir das atividades pontuado-as de forma coerente ao que foi solicitado.
• Função técnica - depende do domínio técnico do tutor, sendo então capaz de transmitir tal domínio da tecnologia aos seus alunos.
• Função social - significa facilitação educacional. O tutor é responsável por facilitar e dar espaço aos aspectos pessoais e sociais da comunidade online.
Neste ambiente de aprendizagem sabe-se que é fundamental para a construção e elaboração do saber é necessário o uso de diversas ferramentas on-line. E a interatividade leva o grupo à construção coletiva de conhecimento.
Neste contexto de crescimento percebemos a importância e sensibilidade do tutor em administrar os grupos e leva-los a participação, permitindo o crescimento sem constrangê-los ou inibi-los, compreendendo e fazendo compreender cada face da etapa da aprendizagem da EaD.
Com isso, sabe-se que a relação do tutor é o intermediador dentro do sistema de tutoria e as relações interpessoais, tem um papel importante no estabelecimento e conclusão de meta, fazendo uso de linguagem no seu sentido amplo, valorizando cada postagem, cada ideia que venha a contribuir para o desenvolvimento do curso.
Bibliografia:
SILVA, Marco. Pedagogia do Parangolé – Novo Paradigma em educação presencial e online. Disponível em: http://www.icoletiva.com.br/secao.asp ?tipo= artigos&id=29. Acessado em: 21.10.2010.
PRADO, M.E.B.B. Eduacação a Distância: Os ambientes virtuais e algumas possibilidades Pedagógicas. PGM 3 – EaD: Integrar saberes e tecer redes. Disponível em: http://atuar.multiply.com/journal/item/5/5. Acessado em: 21.10.2010.
JAEGER, Fernanda Pires E ACCORRSI, Aline. Tutoria em Educação a Distância. PUCRS. Disponível em: http://www2.abed.org.br/visualizaDocumento.asp? Documento _ID=86. Acessado em: 21.10.2010.
LEAL, Regina Barros. A importância do tutor no processo de aprendizagem à distância. Disponível em: http://www.rieoei.org/deloslectores/947Barros.PDF. Acessado em: 21.10.2010.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Resumos comentados. Disponivel: http://www.passeiweb. com/ na _ ponta_lingua/livros /resumos_comentarios /p/pedagogia_da_ autonomia#. Acessado em: 30.08.2010.
MACHADO, Liliana Dias e MACHADO, Elian de Castro. O Papel da Tutoria em Ambientes de EAD. Abril, 2004. Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/022-TC-A2.htm. Acessado em: 21.10.2010.
AMORIM, Valéria. Afetividade E Cognição: Rompendo A Dicotomia Na Educação – Disponível em: http://www.hottopos.com/videtur23/valeria.htm. Acesso em: 30/10/2010.
MORAN, José Manuel. As Muitas Formas De Comunicarmo-Nos. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/muitas.htm. Acessado em: 04/11/2010.
GONÇALVES, Maria I.Rodrigues. Reflexões sobre "silêncio virtual" no contexto do grupo de discussão na aprendizagem via rede. Disponível em: http://www.gestaouniversitaria.com/edicoes/28-28/133-reflexoes-sobre-%5C. Acessado em: 30/10/2010.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Cotidiano, Mediação Pedagógica E Formação De Conceitos: Uma Contribuição De Vygotsky Ao Ensino De Geografia. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v25n66/a04v2566.pdf. Acessado em: 04/11/2010.
CAPELO, Fernanda de Mendonça. Aprendizagem Centrada Na Pessoa. Disponível em:
http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=13&texto=817. Acessado em: 04/11/2010.
COSTA LINS, M. J. S. et al. Aprendizagem e tutoria. In: SENAC. Rio de Janeiro: SENAC. Versão 3.0. 2004. Disponível em: http://www.brasilescola.com/educacao/ead2.htm. Acessado em: 05/11/2010
ALMEIDA, M. E. B. Incorporação da tecnologia de informação na escola: vencendo desafios, articulando saberes, tecendo a rede. In Moraes, M. C. (org.). Educação a distância: fundamentos e práticas. Campinas, SP: NIED/Unicamp, 2002. p.02.
CARVALHO, M.A.P & STRUCHINER, Miriam - Um Ambiente Construtivista De Aprendizagem A Distância: Estudo Da Interatividade, Da Cooperação E Da Autonomia Em Um Curso De Gestão Descentralizada De Recursos Humanos Em Saúde. Disponível em: http://www2.abed.org.br/visualizaDocumento.asp?Documento_ID=87 . Acessado em: 09/11/2010.
LIMA, Rosângela Lopes. Tutoria Do Cederj - Capacitação De Profissionais Comprometidos Com O Aprendizado Do Aluno. Universidade Federal Fluminense/CEDERJ.Disponível em: http://www.redebrasil.tv.br/salto/boletins2002 /ead/eadtxt4b.htm.. Acessado em: 11/11/2010.
google.com, pub-4262202157173490, DIRECT, f08c47fec0942fa0